Taverna do verso livre.
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Taverna do verso livre.
Pronto, eis aqui um cantinho para falarmos acerca da literatura, visto que o assunto andou rendendo a beça no tópico de apresentação da Makaylah (risos), então, para que não venhamos a "florear" os tópicos de apresentação dos miguxos, eis aqui a Taverna do verso livre!
Vou começar!
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Manuel Bandeira!
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Manuel Bandeira, o senhor dos 'SAPOS' , grande escritor brasileiro, um de meus favoritos, que teve uma história que se não fosse trágica, seria comica e muto comica. Trágica, ao ser analisada com profundidade e comica dada uma analise superficial.
Peguei este poema acima como referência ao que contarei, sim, pois trata-se de um poema altamente biográfico e ao que sabemos antes de arriscar qualquer interpretação poética, vale apena um conhecimento prévio da biografia do autor e contexto histórico o qual o poema está inserido. Pois bem, este poema acima, não seria fácil ser interpretado sem que antes soubessemos um pouco acerca da biografia do autor, pois diz muito sobre o próprio. Resumindo e finalizando. Manuel Bandeira, tinha uma doença no pulmão, tuberculose e ao que se sabe, assim que a doença foi diagnosticada, Manuel, vivia cada dia como se fosse o último, tomava o máximo de cuidado o possível, afim de alongar os dias que tinha de vida, segundo orientação médica. Toda vez que ele comparecia nas consultas médicas, obtinha sempre as mesmas respostas: "seus dias estão contados". Acredita-se que foi devido a doença que ele não pode comparecer a estréia da semana da artemoderna, a qual foi inaugurada por um recital de "os sapos", poema de Manuel. E assim temos na primeira estrofe de Pneumotórax:
"Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse".
ps: O autor descreve o sintomas da doença e lamenta-se por não ter levado a vida conforme ele queria, tudo em decorrência da doença, tua vida era regrada de privações. Médicos ... Exames...
"Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire."
O grande dianóstico:
"— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino".
E a grande desilusão, visto que não teria cura, todas as esperanças foram desfeitas e a solução era esperar pela morte, ao menos é o que está sendo aludido em " — Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino". Tendo vistas que o tango é conhecido como a dança da morte!
Quanto ao comico, podemos chamar até de humor negro, como queiram, fica por conta de que Manuel, descobriu a doença ainda jovem, e mesmo com os dias contados, veio a falecer aos 82 anos, tendo descoberto a doença aos 18 anos. Por isso " a vida inteira que poderia ter sido e não foi ". Os poemas dele, em grande maioria, são carregados de uma angústia tão grande que pode ser captada por quem conhece um pouco da biografia deste grande escritor e assim, a capa de subjetividade que cobre seus versos caem, mostrando uma dolorosa história de sofrimento e agonia. Quase todos os familiares se foram antes dele, seria comico se não fosse tão trágico!
Para quem quiser saber um pouco mais...
http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Manuel Bandeira!
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Manuel Bandeira, o senhor dos 'SAPOS' , grande escritor brasileiro, um de meus favoritos, que teve uma história que se não fosse trágica, seria comica e muto comica. Trágica, ao ser analisada com profundidade e comica dada uma analise superficial.
Peguei este poema acima como referência ao que contarei, sim, pois trata-se de um poema altamente biográfico e ao que sabemos antes de arriscar qualquer interpretação poética, vale apena um conhecimento prévio da biografia do autor e contexto histórico o qual o poema está inserido. Pois bem, este poema acima, não seria fácil ser interpretado sem que antes soubessemos um pouco acerca da biografia do autor, pois diz muito sobre o próprio. Resumindo e finalizando. Manuel Bandeira, tinha uma doença no pulmão, tuberculose e ao que se sabe, assim que a doença foi diagnosticada, Manuel, vivia cada dia como se fosse o último, tomava o máximo de cuidado o possível, afim de alongar os dias que tinha de vida, segundo orientação médica. Toda vez que ele comparecia nas consultas médicas, obtinha sempre as mesmas respostas: "seus dias estão contados". Acredita-se que foi devido a doença que ele não pode comparecer a estréia da semana da artemoderna, a qual foi inaugurada por um recital de "os sapos", poema de Manuel. E assim temos na primeira estrofe de Pneumotórax:
"Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse".
ps: O autor descreve o sintomas da doença e lamenta-se por não ter levado a vida conforme ele queria, tudo em decorrência da doença, tua vida era regrada de privações. Médicos ... Exames...
"Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire."
O grande dianóstico:
"— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino".
E a grande desilusão, visto que não teria cura, todas as esperanças foram desfeitas e a solução era esperar pela morte, ao menos é o que está sendo aludido em " — Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino". Tendo vistas que o tango é conhecido como a dança da morte!
Quanto ao comico, podemos chamar até de humor negro, como queiram, fica por conta de que Manuel, descobriu a doença ainda jovem, e mesmo com os dias contados, veio a falecer aos 82 anos, tendo descoberto a doença aos 18 anos. Por isso " a vida inteira que poderia ter sido e não foi ". Os poemas dele, em grande maioria, são carregados de uma angústia tão grande que pode ser captada por quem conhece um pouco da biografia deste grande escritor e assim, a capa de subjetividade que cobre seus versos caem, mostrando uma dolorosa história de sofrimento e agonia. Quase todos os familiares se foram antes dele, seria comico se não fosse tão trágico!
Para quem quiser saber um pouco mais...
http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp
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